sábado, 12 de abril de 2008
TernuraEu te peço perdão por te amar de repenteEmbora o meu amorseja uma velha canção nos teus ouvidosDas horas que passei à sombra dos teus gestosBebendo em tua boca o perfume dos sorrisosDas noites que vivi acalentandoPela graça indizíveldos teus passos eternamente fugindoTrago a doçurados que aceitam melancolicamente.E posso te dizerque o grande afeto que te deixoNão traz o exaspero das lágrimasnem a fascinação das promessasNem as misteriosas palavrasdos véus da alma...É um sossego, uma unção,um transbordamento de caríciasE só te pede que te repouses quieta,muito quietaE deixes que as mãos cálidas da noiteencontrem sem fatalidadeo olhar estático da aurora.Vinícius de Moraes
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